sexta-feira, 26 de abril de 2013

Yanka Dyagileva - Домой (1989)


 Yanka Dyagileva foi uma grande surpresa. Descobri ela por acaso enquanto buscava videos da Grazhdanskaya Oborona, uma banda que é peça fundamental dentro do punk produzido na Rússia dos tempos da União Soviética. A relação é clara, Yanka fez parte da Grazhdanskaya. Porém mais tarde ela resolve fazer sua própria música, que traz uma mistura dos ritmos Folk-loricos da Sibéria com punk rock. Não entendo nada de russo, mas pelo que vi por ai as letras são muito fortes e politizadas - Yanka é detentora de uma voz poderosa também. A combinação de ritmos folk com guitarras e a língua russa, fazem uma mistura única e no mínimo exótica. Outra coisa que me impressiona é a arte da capa. Pensando que a produção foi toda de forma independente, algo bem perceptível pelas gravações (lo-fi), as referências na capa são muito bem elaboradas (vejo Pollock ai). Mas sou suspeito para dizer algo, já que adoro a estética soviética.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Damned - Damned, Damned, Damned (1977)

A primeira vez que eu vi esta capa pensei "preciso ouvir este disco". Foi muito difícil encontrar este material (outros tempos sabe?), mas depois que o consegui ele continua firme e forte comigo. Este é o disco de estreia dos ingleses do Damned e chegaram com os dois pés. Se pegarmos o que estava sendo produzido na época, talvez os Dead Boys estejam mais próximos. O som é cru e rápido, mais cru e mais rápido que as consagradas bandas (Clash, Sex Pistols e Ramones), não melhores, porém diferentes. Mais tarde eles mudam sua sonoridade e partem para algo mais gótico e dark, fase que também gosto. O grande destaque fica por conta de New Rose e a "matadora" - se me permitem o trocadilho - born to kill. Neat, neat, neat é fúria e quebracera. Apesar de ser um eterno fã do Punk e seus afins, um pouco da minha demora em digerir este disco ocorreu devido a este som menos "melódico", que confesso, prefiro mais o "melódico", porém nada como velocidade e pogo :)

sábado, 20 de abril de 2013

Caetano Veloso - London, London (1971)


Meu tio, que nasceu e vive até hoje em Buenos Aires, me passou vários discos que ele estava ouvindo para fazermos uma troca musical, nisto este disco do Caetano estava lá. Por incrível que pareça, não conhecia/conheço nada de Caetano, mas já sabia que ele é uma espécie de majestade musical na Argentina, simplesmente o adoram e todo show dele lota. Dai que estava mais do que na hora de ouvir, por isso resolvi arriscar, e bem, gostei do risco e do resultado. Este disco é fruto do exílio de Veloso em Londres, por isso a maior parte das músicas são cantadas em inglês. Apesar de ser um inglês bem baiano gosto bastante de ouvir ele, e olha que sou chato com o inglês (Tim Maia ainda é difícil para mim). Boa parte dos temas estão ligados a questão da saudade, algo perfeitamente compreensível, já que ele estava em exílio. Não é de Caetano Veloso, mas talvez a melhor música à abordar este tema seja back in Bahia, de Gilberto Gil, que me parece, querendo ou não, sintetizar essa experiência da distância e do exílio.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Wire - 154 (1979)

Venho escutando Wire constantemente nos últimos dias. É uma espécie de retomada, já que escutei muito eles ali pelos meus 18-19 anos, e lembro que eu buscava muito uma sonoridade parecida, este algo entre o pós-punk e o art-rock...
 Este disco é, depois do Pink Flag, um dos mais fáceis de ouvir, com muitas músicas bonitas, em especial a matadora 15th que é lindeza pura. A músicas aqui são mais suaves. a capa é uma das melhores deles, que sempre procuraram manter esta postura (esnobe) de rockeiros cults. Bem, Iggy Pop também xinga muito muita gente e achei ele um babaca quando li Mate-me Por Favor, mas o som do cara é legal, e quero ouvir a música dele, não ser seu amigo.


domingo, 14 de abril de 2013

Iggy Pop - The Idiot (1977)

Este disco chegou até mim por puro acaso, na época eu tinha um ordenado melhor ou mais equilibrado, o que me proporcionava gastar dinheiro de forma irresponsável com livros, filmes e discos. Numa dessas, mexendo nos discos da Lojas Americanas encontrei este disco. Já conhecia Iggy Pop e não resisto a uma boa capa, por isso logo comprei o cd, que não estava tão caro. Este é um dos trabalhos mais inovadores da música pop e de Iggy. Ele é resultado da fase Berlin de David Bowie, que era bem antenado desde cedo e resolveu tirar Iggy Pop das drogas e produzir discos com ele, o que rende frutos até hoje.
 O nome vem do romance (o de nome mais legal do século XIX) de Fiódor Dostoievski chamado "O Idiota", não desvendei bem a relação estética entre as músicas e o romance, mas também não é algo assim tão essencial para minha vida.
 A primeira vez que ouvi o disco, não sei porque, mas o que eu pensei foi: moderno. Como que em veredicto, ouvi instrumentos sendo tocados de uma forma que nunca tinha ouvido até então. Antenado naquilo que ocorria na Alemanha, há influência do Kraut-rock, que por esta época imagino, já estava bem fundamentado. 
 Ah, sempre vale a curiosidade, parece que era este disco que Ian Curtis botou pra rodar na vitrola na hora de colocar a corda no pescoço.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

M.S. Subbulakshmi - Surdas Bhajans - Hindi Devotional (1986)


Não é só de Ravi Shankar que vive a música indiana. Isso não é nenhuma novidade pra ninguém, mas o acesso a outros sons é muitas vezes difícil, para não dizer impossível (onde eu poderia, por exemplo, encontrar discos de música indiana aqui nos interiores do vale?). Porém graças aos blogs descobri faz algum tempo todo um nicho voltado para certos ritmos, numa dessas encontrei este disco das Surdas. As surdas são uma espécie de cantoras de voz abençoada, e a música cantada por elas tem um forte tom de sagrado dentro da cultura Hindi. Estas músicas são as utilizadas nos rituais e templos, da mesma forma que catedrais medievais possuem toda uma estrutura para o canto gregoriano. O curioso deste tipo de música é que ela consegue te levar para lugares que a música ocidental não te leva (da mesma forma que a ocidental te leva onde a oriental não leva, vale lembrar). 
  Recomendo ouvir esta música queimando um belo incenso e deixar o aroma e o som entrarem em você. Talvez com a ajuda de músicas como essa, conseguimos nos conduzir mais próximos do estado de meditação. E aproveitem, pois nunca se sabe quando se terá acesso a um material como este.