quinta-feira, 30 de maio de 2013

Gun Club - Fire of Love (1981)

Gun Club é talvez uma das bandas mais particulares dentro desta categoria chamada Punk. A primeira vez que ouvi a música dele foi com sex beat num jogo do filme Scarface que havia uns tempos atrás. Gostei bastante da música e logo procurei mais coisas da banda. Na época havia recém descoberto o soulseek, porém ainda era penoso. Apesar de não estar num limbo completo, Gun Club não é muito popular pelas terras de cá. O som é basicamente uma mescla entre o punk e o blues, uma mistura particular que dá notória originalidade para banda. Com o passar do tempo o som vai ganhando contornos mais depressivos, se não me engano o vocalista era usuário de heroína, o que explica muita coisa...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Joy Division - Unknow Pleasures (1979)

 Pode até parecer um pouco feio para mim admitir hoje em dia que a primeira vez que ouvi Joy Division eu não gostei muito. O nome era algo tão bom que não pude resistir em baixar alguma música. Apesar de não ter me apaixonado na primeira vez, isso logo foi se mostrando nada mais que uma estranheza com a sonoridade da banda, estranheza que logo virou paixão. Houve um tempo em que eu cheguei a ser muito chato devido a minha idolatria com a banda. Creio que hoje as coisas estão resolvidas. Se não fosse Joy Division imagino que minha adolescência teria sido outra. O que mais me chamou a atenção da sonoridade foi o contra-baixo destacado. Já sabia o que era esse instrumento e fazia pouco tempo começava a me arriscar nele. O minimalismo e genialidade da banda me cativaram como nunca. Acredito que até hoje minhas músicas favoritas são "simples". Joy Division parece conseguir tocar fundo na alma, falar desse desespero tão moderno que temos: "desespero de não sei o que". Pelo que sei a capa é nada mais do que vibrações sísmicas de uma estrela morrendo, até hoje acho isso de uma beleza incrível. Além do mais, em algum momento precisaria falar deste disco tão bom.

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domingo, 19 de maio de 2013

Karandila - Revolution (2006)

Em celebração ao golpe comunista que ocorrerá no Brasil próximo ano (2014), nada melhor do que postar Karandila, rs. Karandila nada mais é do que um grupo de instrumentos de sopro em ritmo cigano. Segundo as poucas informações que encontrei e tenho, a banda é da Bulgária e existe desde 1994. As músicas aqui são basicamente em temas socialistas/comunistas. Clássicos como Guatanamera, ou Avanti popolo, estão ai. O nome das músicas já indica muito bem a proposta (Arbeiter von Wien, Comandante Che Guevarra, Lenin...). De qualquer forma são músicas curiosas. Não sei entretanto da conotação política da banda. Tão pouco encontrei mais informações. Entretanto o som deles lembra muito aquele que a gente pode ouvir no Latcho Drom.

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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sheik Tosado - Som de caráter urbano e de salão (1999)

Cada vez mais percebo como o manifesto antropofágico dá uma boa saída para a cultura brasileira de maneira geral. Suspeito que a produção cultural na década de 1990 já estava mais madura e procurava mais do que na década anterior, demonstrar sua face brasileira e identidade sem contudo cair em nacionalismos cegos. Na esteira iniciada pelo Clash e seguida pelo Mano Negra, a mistura do rock com os ritmos tradicionais ganhou sua legitimidade. Neste sentido o manisfesto antropofágico é uma boa saída pois não ignora o regional/local, tão particular de cada lugar (geográfico ou não), com o que vêm de outras latitudes. A língua já faz essa mistura, de pegar trejeitos locais e mesclar eles com outros, algumas vezes vindos de longe. A cultura tem disso, ela não é pura, não se quer pura, "pureza é um mito", já colocava Oiticica nesta frase de duplo sentido - seja por ser elemento fundador de muita coisa, como por ser algo impossível, brincando com este duplo sentido da palavra mito dado no cotidiano: origem ou mentira. Neste sentido Sheik Tosado a banda que tornou o China (sim aquele cara da MTV) conhecido. O som é bem particular, mistura as guitarras do rock underground (hardcore e afins) com a batucada do frevo. Sim eu sei que Chico Science e a Nação Zumbi também vão fazer isso, mas vale lembrar que as duas bandas são diferentes, assim como a cultura em cada lugar, é um rizoma afinal.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

New Order - Lost Sirens EP (2013)

Fiquei surpreso ao saber que o New Order lançava este EP, até onde eu sabia a banda havia acabado e as coisas já se reservavam ao passado. Porém, a indústria da música está sempre esperta e na realidade este EP são as "sobras" das gravações para o querido waiting for the sirens call. Não vejo nada de especial nas músicas, são boas sim, mas não são incríveis. Geralmente evito as novidades, mas esta é irresistível!

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domingo, 12 de maio de 2013

New Order - 1981-1982 (1982) EP

 Se no movement a sombra do Joy Division ainda era muito grande, com este EP o New Order já começa a dar seus passos próprios, desenvolvendo sua sonoridade própria, muito mais eletrônica e dancante.Uma vez li sobre a importância do Joy Division-New Order para a música dos anos 1980, e vejo cada vez mais como eles foram importantes para criar esta música dançante e triste ao mesmo tempo, vamos ver isso se repetir durante todos os anos 80, onde parace que a melhor maneira de combater esta melancolia tão própria do ser humano seja dançando. Vai soar muito auto-ajuda, porém quem se solta e dança, sabe o quanto isto pode ajudar o espírito. E a tristeza? Ora, é simples, não dá pra ser feliz o tempo todo.




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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Louise Attaque - À Plus tard Crocodile (2005)

 Já faz algum tempo que este disco está guardado só esperando o momento certo. Me parece que são umas das bandas mais originais desta virada do noventa para dois mil. A mistura de rock de garagem, arte rock e um "quê" de músicas folclóricas associados a língua francesa dão o tom da banda. O som por vezes é bem calmo, outras mais dançante. Bom para beber um vinho talvez - não resisto ao cliché do francês e do vinho... Descobri o grupo nos tempos de ficar horas em comunidades de bandas no orkut num daqueles tópicos de recomendação de bandas, é verdade que você escuta como muito duas ou três das quatrocentas bandas citadas, mas algum fruto sempre rende.
 Louise Attaque é uma banda particular, e ainda pretendo postar mais material deles.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Apicultores Clandestinos - Parece, mas não é


Se têm algo importante de ser pensado é a vida das pessoas que moram em cidades de porte médio em lugar nenhum ("middle town in nowhere place", como vi num cometário do video 1979 do Smashing Pumpkins), longe das capitais, quase caipiras. Fazemos parte de uma fatia importante da população, mas o isolamento parece muito grande, e o é de fato. Mesmo assim, com um acesso muito mais difícil a cultura e uma carência de espetáculos, museus, bibliotecas - situação que piorou com o advento da televisão - sempre se produz alguma coisa nesses rincões, a música folk que o diga. Apicultores Clandestinos são de uma cidade menor ou tão insignificante (Rio do Sul, SC) quanto a onde moro (Blumenau, SC), mas isso não os impede em nada de produzir música de qualidade. Fazia tempo que ouvia falar dos rapazes que tocam vestidos de apicultores e jogam mel pra platéia, e um belo dia tive a oportunidade de ir vê-los. Já existe um certo séquito de fãs da banda na cidade, então sempre que eles vêm tocar por aqui lá estão pessoas dançando e cantando todas as músicas, o que torna a experiência muito mais divertida. Com claras influências de Man or Astroman?, os Apicultores produzem um bom rock de garagem, com surf, psicodelia e punk-rock, fazendo com que seja impossível alguém com sangue nas veias não querer dançar. Pelo que sei este é o primeiro disco deles, e os grandes destaques são: Ladrãozinho de guitarra, Não cheire cola, rock do abc e Satanás boliviano. São seguramente uma das bandas mais legais do underground catarinense. Só pra encerrar, curta a cena legal, aproveite para apreciar apresentações ao vivo de músicas próprias nestes tempos onde a arte está em forte processo de reprodutibilidade técnica, mesmo assim a aura ainda está lá, nada substitui ficar bêbado e dançar freneticamente com gente legal! Foi assim, não pelas mídias tradicionais ou internet, que conheci a música deles.