sábado, 10 de maio de 2014

Erkin Koray - Erkin Koray (1973)

Usando o fuzz e a psicodelia sem medo, Erkin Koray lançou um dos discos mais significativos para o rock turco. Apesar do rock tomar proporções mundiais com o final dos anos 1960 e primórdios de 1970, sua cara ainda era muito "americana" e as pessoas começam a buscar por uma expressão mais legítima do rock, é assim que surgem movimentos como tropicália, kraut rock e o anatolian rock, este último da Turquia. Mesclando os elementos do rock psicodélico de então com a sonoridade da música tradicional turca, especialmente da região da Anatólia, Erkin Koray mostra por que é um dos maiores ícones da música turca, e na minha opinião do mundo, já que pago um pau danado pra esse cabra. A estrutura tradicional está ali, perceptível na guitarra fuzzeada imitando uma baglama (instrumento que Koray sabe tocar) dando uma sonoridade que acaba soam "árabe" aos nossos ouvidos - cabe colocar que se demonstra respeitoso diferenciar a cultura turca da árabe, já que são duas vertentes diferentes. Esta estrutura tradicional também aparece nos vocais, que segue as variações vocais tradicionais da música turca. Tudo isto sem deixar de ser um disco de rock psicodélico. Absolutamente um clássico e um disco memorável. Destaque para Mesafeler, Istemen, Cicek Dagi, Sana Birseyler Olmus e a atualmente favorita Ilhahi Morluk.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Wire - Object 47 (2008)

Certamente Wire é uma banda histórica devido a clássica trilogia Pink flag, Chairs Missing, 154, onde a banda consegue se reinventar e criar novas sonoridades em um curto espaço de tempo, pra quem não sabe os discos são de 1977, 1978, 1979! É estranho que a banda não tenha vingado muito, seu som não é tão contagiante quanto o do Sex Pistols, ou não pega tão fundo quanto Joy Division, bandas que estavam na ativa quando esta banda surge. Ainda assim, Wire é uma banda que vale a pena sentar e escutar, nunca se negaram e se reinventar e assim seguiram. O que pouco gente sabe é que a banda praticamente nunca parou, diminuiu suas atividades, mas sempre continuou produzindo, e o melhor, além de sua fase clássica ainda assim lançaram material muito bom. Quando me dei conta de que sua discografia seguia até os dias atuais tive que buscar algo mais recente da banda e acompanhar o que estava rolando, diferente do que ocorreu na minha busca pelo stranglers, a decepção não veio, eles não ficaram bregas ou com uma pegada menos marcante, pelo contrário mais uma vez eles conseguem se reinventar, compor uma nova sonoridade, pegar o que há de mais além na sua área e seguir em frente. Quando observamos bandas por um longo período de tempo, acabamos nos dando conta de como isso é importante, ainda mais quando nos deparamos com um disco como esse, que não fica devendo em nada para o peso que Wire acaba tendo.