O imediato pós-guerra talvez seja a época dourada do jazz, não só por ter inserção em ampla fatia do público, mas principalmente pelas inovações produzidas por sujeitos como Miles Davis, Chet Baker, John Coltrane e outros. Sonny Clark não é um dos sujeitos passíveis de algum desmerecimento e reclusão para notas de curiosidade. Pianista talentoso, versado em sua habilidade, é responsável por algumas das melhoras músicas do período. Dentre seus discos mais famosos, possivelmente cool struttin' esteja entre os mais bem acabados. Audível da primeira a última faixa de forma insana, temos a grande obra, possível que seja a mais clássica, do hard bop. É um disco que cativa os ouvintes mais experientes do jazz e os mais frescos (meu caso). Desde a capa, até as canções, temos aquilo que me fisgou no jazz, sua euforia rítmica, sua forma de conduzir sons quebrados e atravessados (do que Mingus me parece um gênio maior), de produzir a atmosfera do isolamento e solidão de tarde da noite, da busca por estímulos mais variados, e tudo possibilitado pelo urbano, está aqui. Do café ao jantar, do trânsito ao passeio na calçada, faz sentido os estilos bop acabarem tão associados a noite e a cidade de Nova Iorque.
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