Talvez hoje em dia possa parecer bizarro, mas quando este disco saiu ele foi fundamental para mim. Minha irmã que estava começando a se ligar em som, acabou correndo atrás e conseguiu comprar um cd deles e levar para casa. Como ainda éramos muito pirralhos ouvir este disco era algo para ser feito escondido, quando nossos pais não estavam em casa. Complicado crianças ouvirem "queimando tudo" na frente de seus pais. Havia essa empolgação toda, alguns amigos na escola também tinham irmãos mais velhos e escutavam Planet Hemp também. Era, para mim, algo como uma definição de "legal" quem ouvia ou não Planet Hemp. Hoje em dia vejo que a banda foi muito mais do que algo proibido e que falava de muito mais do que sobre maconha, tema sempre polêmico. Percebo agora que eles tratam de outros assuntos, e que o tema da maconha era apenas o que chamava mais atenção. As letras tem um conteúdo muito bom, falando desde a música até problemas da nossa sociedade (muitos ainda enfrentados, a exemplo de uma polícia corrupta ou a criminalização da maconha). Além disso o som da banda é muito bom, fazem aquele caminho comum, mas difícil, da "mistureba", manifesto antropofágico puro, caminhando entre vários ritmos do underground e de ótima qualidade. Este disco com toda certeza é um clássico e na minha opinião o melhor da banda. Sem falar que eles já estavam por dentro do esquema das gravadoras alternativas e festivais, apesar de falarmos muito hoje sobre isso devido a importante alternativa que isto tudo representa para a grandes gravadoras (inimigas mortais do download pela internet), tal esquema gravadoras laternativas/festivais, já faziam bastante barulho nos anos 1990 - DIY.
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