Antes de fazer este post tive que verificar se já não o tinha feito. Staring at the Sea é um puta disco do Cure e seu único defeito é ser uma coletânea. Minha relação com este disco começou lá pelos meus 13-14 anos quando eu descobri os sebos e as revistinhas de super-herói, comprava montes de Conan, X-men, Justiceiro e outras coisas do naipe. No meio disto tudo minha irmã arrumou um toca discos e meu irmão se interessava mais do que eu por música, ficando horas vasculhando lps antes dessa moda toda. Éramos duas criancinhas que entendiam alguma coisa de música e acabávamos fazendo os olhos de uns tiozões brilharem por uns segundos enquanto catávamos um vinil ou outro de artistas como Led Zeppelin, Janis Joplin ou Black Sabbath. Lembro muito bem que cheguei a ter este staring at the sea nas mãos, pegar o vinil é outra coisa como devem saber, é maravilhoso, a capa é um poster, te pega quando é bem feita. Pelo que me lembro do encarte tem outras fotos desse cara da capa que parece ser um pescador ou algo do gênero, e por isso até hoje a ideia de praias desertas e frias em preto e branco me lembram os anos 80 - e realmente esse é um clichê da época. Ocorreu que eu gastei mais com gibis do que discos naqueles tempos, e me dói o fato de que se eu quiser ter esse vinil hoje em dia gastarei muito mais do que dez ou quinze reais, tal qual ele custava na época (o que não parece mas dava um monte de gibi). Não sou fã das coletâneas, mas você tem que começar de algum jeito. Anos mais tarde no mesmo sebo minha namorada encontra este disco em versão CD, não estava afim de cometer o mesmo erro e levei ele comigo (algumas vezes eu dou uma dentro). O curioso é que acaba-se pegando uma fase cronológica do Cure, no começo seu som é relativamente elaborado, para depois (na fase em que termina este disco) estarem numa simplicidade que beira o pop - e óbvio pesando por uma fase dark pesada. Aquelas faixas que conheci pela rádio estão ali, close to me, in between days, lovecats e a faixa que demorou algum tempo para emplacar mas hoje é um sucesso que até me causa certa irritação, boys don't cry. Mas além disso temos estas faixas da fase inicial quando eles indicavam ser um relativo fracasso, Killing an Arab lembremos é do primeiro disco. Há faixas interessantes como a forest, que na minha opinião deveria tocar nas festas de halloween, e as magnífica walk e let's go to bed, que tem uma pegada bem mais discoteca do que as outras faixas. Cure acaba não parecendo uma banda muito forte no começo, mas eles são os caras que conseguiram mostrar o outro lado do anos 1980 para muita gente. Poderiam ser odiados por isso (tornarem algo mainstream), mas suas músicas são legais demais para isso, e acabam salvando alguns bailes de formatura por ai - mesmo que seja pedindo pros garotos não chorarem, mais uma vez! Atualmente estas coletâneas servem muito bem para quando se está impaciente e você quer passar poucos discos para o mp3 para ter o suficiente de Cure mas não uma enxurada. Por fim é quase um dos únicos discos que tenho deles, e vira e mexe estou tocando ele para me acompanhar na faxina ou café.
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