Usando o fuzz e a psicodelia sem medo, Erkin Koray lançou um dos discos mais significativos para o rock turco. Apesar do rock tomar proporções mundiais com o final dos anos 1960 e primórdios de 1970, sua cara ainda era muito "americana" e as pessoas começam a buscar por uma expressão mais legítima do rock, é assim que surgem movimentos como tropicália, kraut rock e o anatolian rock, este último da Turquia. Mesclando os elementos do rock psicodélico de então com a sonoridade da música tradicional turca, especialmente da região da Anatólia, Erkin Koray mostra por que é um dos maiores ícones da música turca, e na minha opinião do mundo, já que pago um pau danado pra esse cabra. A estrutura tradicional está ali, perceptível na guitarra fuzzeada imitando uma baglama (instrumento que Koray sabe tocar) dando uma sonoridade que acaba soam "árabe" aos nossos ouvidos - cabe colocar que se demonstra respeitoso diferenciar a cultura turca da árabe, já que são duas vertentes diferentes. Esta estrutura tradicional também aparece nos vocais, que segue as variações vocais tradicionais da música turca. Tudo isto sem deixar de ser um disco de rock psicodélico. Absolutamente um clássico e um disco memorável. Destaque para Mesafeler, Istemen, Cicek Dagi, Sana Birseyler Olmus e a atualmente favorita Ilhahi Morluk.
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