Muito provavelmente você deve ter uma camiseta do Joy Division, deve ouvir seus discos e balançar o esqueleto enquanto ouve blue monday do New Order. Deve adorar a mistura de rock com eletrônico, do eletrônico em si e de sons experimentais. De certa forma todo mundo sabe o que foi o punk rock pelo mundo, ele deu a possibilidade de qualquer pessoa fazer uma banda e seu som. Querendo ou não isso foi super importante e praticamente tudo de original que temos depois do final dos anos 1970 deve alguma coisa ao punk rock.
A cena de Manchester deve em muito. Mas precisamos sempre entender o que foi essa cena, pois muitas vezes pode parecer difícil sacarmos a importância da coisa toda. Parece que a maior parcela da população mora em cidades médias ou algo parecido (não conheço bem as estatisticas), e de uma forma ou de outra sempre parecem haver centros que emanam as tendências e se mostram os únicos privilegiados com as inovações e novidades. Apesar da decadência Novaiorquina de finais de 1970, ainda estamos falando de Nova Iorque - e Londres. Cidades consagradas como importantes centros cosmopolitas, enquanto nós, os caipiras, morremos de tédio
Até certo ponto haviam condições propícias na cidade de Manchester, não era algo minúsculo, afinal foi ali que a revolução industrial começou, o que lhe garantia uma urbanidade. Ao mesmo tempo não podemos esquecer de toda a decadência pela qual a região passava devido a mudança macro econômica inglesa, que pretendia diminuir a produção e aumentar a prestação de serviços (não por acaso são hoje muito mais um centro financeiro do que produtor, o que lhes ocasiona problemas algumas vezes). Mas quem ouvia falar de Manchester naquela época? Ninguém, era apenas mais uma cidade esquecida. Tony Wilson talvez seja a resposta que desejamos. Rapaz estudado numa boa universidade, arranja emprego numa rede televisiva do interior. A partir de seu emprego ele percebe a oportunidade que se mostrava e começa a produzir estas bandas, não demorando muito funda a Factory, uma gravadora tão importante quanto a Sub pop, e por meio dessa gravadora lançavam muita coisa boa além de Joy Division e New Order.
Parece que o pessoal de Manchester sempre estava ligado no que estava rolando de bom na época. Antenados com o que havia de melhor podemos ouvir músicas lindas como sketch for summer do Durutti Column, Hymn from a village da banda James até as eletrônicas Cool as ice 52nd steet e Yashar da consagrada Cabaret Voltaire. Isso tudo somado as faixas obrigatórias de Joy Division, New Order e Happy Mondays. Se você quer agitar uma festa pós-punk ou quer ouvir aquele sonzinho anos 80 alternativo, essa é a coletânea. O bom é que diferente de muitas coletâneas, muito som você dificilmente encontrará em outro lugar.
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